quinta-feira, 5 de junho de 2014

O REINO DO BEM PODERÁ UM DIA REALIZAR-SE NA TERRA?




     – O bem reinará na Terra quando, entre os Espíritos que vêm habitála, os bons predominarem sobre os maus; então eles farão reinar na Terra o amor e a justiça, que são a fonte do bem e da felicidade. Pelo progresso moral e praticando as leis de Deus é que o homem atrairá para a Terra os bons Espíritos  e afastará os maus; mas os maus só a deixarão quando o homem tiver expulsado de si o orgulho e o egoísmo.
     A transformação da humanidade foi anunciada e é chegado o tempo em que todos os homens amantes do progresso se apresentam e se apressam, porque essa transformação se fará pela encarnação dos Espíritos melhores, que formarão sobre a Terra uma nova ordem. Então, os Espíritos maus, que a morte vai retirando a cada dia, e aqueles que tentam deter a marcha das coisas serão excluídos da Terra porque estariam deslocados entre os homens de bem dos quais perturbariam a felicidade.
  Eles irão para mundos novos, menos avançados, desempenhar missões punitivas para seu próprio adiantamento e de seus irmãos ainda mais
atrasados. Nessa exclusão de Espíritos da Terra transformada não percebeis a sublime figura do paraíso perdido? E a chegada à Terra do homem em semelhantes condições, trazendo em si o gérmen de suas paixões e   traços de sua inferioridade primitiva, a figura não menos sublime do pecado original?       O pecado original, sob esse ponto de vista, se refere à natureza ainda imperfeita do homem, que é, assim, responsável por si mesmo e    por suas próprias faltas e não pelas faltas de seus pais. Todos vós, homens de fé e boa vontade, trabalhai com zelo e coragem na grande obra da regeneração, porque recolhereis cem vezes mais o grão que tiverdes semeado. Infelizes aqueles que fecham os olhos à luz. Preparam para si longos século s de trevas e decepções; infelizes os que colocam todas as suas alegrias nos bens deste mundo, porque sofrerão mais privações do que os prazeres de que desfrutaram; infelizes, principalmente, os egoístas, porque não encontrarão ninguém para ajudá-los a carregar o fardo de suas misérias. São Luís
(Allan Kardec, O Livro dos Espíritos perg.1019 )

O que nos consola é saber que o bem prevalecerá e que Terra terá seu tempo de gloria!
A separação do joio já iniciou. 
Terei eu condições as morais necessárias para permanecer
no futuro planeta que a nossa Terra está sendo preparada?

quarta-feira, 23 de abril de 2014

APRENDIZES E ADVERSÁRIOS


“Jonathan, Jessé e Eliakim, funcionários do Templo de Jerusalém, passando por Cafarnaum, procuraram Jesus no singelo domicílio de Simão Pedro.
Recebidos pelo Senhor, entregaram-se, de imediato, à conversação.
_ Mestre _ disse o primeiro, soubemos que a tua palavra traz ao mundo as Boas Novas do Reino de Deus e, entusiasmados com as tuas concepções, hipotecamos ao teu ministério o nosso aplauso irrestrito. Aspiramos, Senhor, à posição de discípulos teus...
Não obstante as obrigações que nos prendem ao sagrado Tabernáculo de Israel, anelamos servir-te, aceitando-te as idéias e lições, com as quais seremos colunas de tua causa na cidade eleita do Povo Escolhido... Contudo, antes de solenizar nossos votos, desejamos ouvir-te quanto à conduta que nos compete à frente dos inimigos...
_ Messias, somos hostilizados por terríveis desafetos, no Santuário _ exclamou o segundo ¯ e, extasiados com os teus ensinamentos, estimaríamos acolher-te a orientação.
_ Filho de Deus _ pediu o terceiro _ ensina-nos como agir...
Jesus meditou alguns instantes, e respondeu:
_ Primeiramente, é justo considerar nossos adversários como instrutores. O inimigo vê junto de nós a sombra que o amigo não deseja ver e pode ajudar-nos a fazer mais luz no caminho que nos é próprio. Cabe-nos, desse modo, tolerar-lhe as admoestações, com nobreza e serenidade, tal qual o ferro, que após sofrer, paciente, o calor da forja, ainda suporta os golpes do malho com dignidade humilde, a fim de se adaptar à utilidade e à beleza.
Os visitantes entreolharam-se, perplexos, e Jonathan retomou a palavra, perguntando:
_ Senhor, e se somos injuriados?
_ Adotemos o perdão e o silêncio_ disse Jesus. _ Muita gente que insulta é vítima de perturbação e enfermidade.
_ E se formos perseguidos?_ indagou Jessé.
_ Utilizemos a oração em favor daqueles que nos afligem, para que não venhamos a cair no escuro nível da ignorância a que se acolhem.
_ Mestre, e se nos baterem, esmurrarem? _ interrogou Eliakim. _ que fazer se a violência nos avilta e confunde?
_Ainda assim _esclareceu o brando interpelado _ a paz íntima deve ser nosso asilo e o amor fraterno a nossa atitude, porquanto, quem procura seviciar o próximo e dilacerá-lo está louco e merece compaixão.
_ Senhor _ insistiu Jonathan _ que resposta oferecer, então, à maledicência, à calúnia e à perversidade?
O Cristo sorriu e precisou:
_ O maledicente guarda consigo o infortúnio de descer à condição do verme que se alimenta com o lixo do mundo, o caluniador traz no coração largas doses de fel e veneno que lhe flagelam a vida, e o perverso tem a infelicidade de cair nas armadilhas que tece para os outros. O perdão é a única resposta que merecem, porque são bastante desditosos por si mesmos.
_ E que reação assumir perante os que perseguem? _ inquiriu Jessé, preocupado.
_ Quem persegue os semelhantes tem o espírito em densas trevas e mais se assemelha ao cego desesperado que investe contra os fantasmas da própria imaginação, arrojando-se ao fosso do sofrimento.
Por esse motivo, o socorro espiritual é o melhor remédio para os que nos atormentam...
_ E que punição reservar aos que nos ferem o corpo, assaltando-nos o brio? _ perguntou Eliakim espantado.
_ Refiro-me àqueles que nos vergastam a face e fazem sangrar o peito...
_ Quem golpeia pela espada, pela espada será golpeado também, até que reine o Amor Puro na Terra _ explicou o Mestre, sem pestanejar._ Quem se rende às sugestões do crime é um doente perigoso que devemos corrigir com a reclusão e com o tratamento indispensável. O sangue não apaga o sangue e o mal não retifica o mal...
E, espraiando o olhar doce e lúcido pelos circunstantes, continuou:
_ É imperioso saibamos amar e educar os semelhantes com a força de nossas convicções e conhecimentos, a fim de que o Reino de Deus se estenda no mundo... As Boas Novas de Salvação esperam que o santo ampare o pecador, que o são ajude o enfermo, que a vítima auxilie o verdugo...
Para isso, é imprescindível que o perdão incondicional, com o olvido de todas as ofensas, assegure a paz e a renovação de tudo...
Nesse ínterim, uma criança doente chorou em alta voz num aposento contíguo.
O Mestre pediu alguns instantes de espera e saiu para socorrê-la, ,as, ao regressar, debalde buscou a presença dos aprendizes fervorosos e entusiastas.
Na sala modesta de Pedro não havia ninguém”.
(Irmão X, Contos desta e doutra vida, p. 10)
É preciso ter  humildade para ouvir a verdade

e coragem para modificar os erros. 

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

UM ESPÍRITO ANGUSTIADO


“Senhor, guia-me pois não posso mais! Sinto-me ainda muito fraco devido aos caminhos que escolhi trilhar. Mostra-me a solução derradeira para minhas dúvidas e fraquezas, e eu a seguirei sem pestanejar. Não quero mais duvidar. Não suporto mais esta situação. É torturante lembrar, que acreditei firmemente que quando meu corpo morresse, minha consciência se extinguiria. Por isso, quase anulei-me após a morte física. Tive pesadelos horrendos por um tempo que não posso e não desejo calcular. Tenciono esquecer tudo o que se passou, mas não consigo.

Hoje, prostro-me perante Ti, Senhor, despojando-me da vaidade louca e do orgulho sem medidas a que me deixei levar. Acreditava que a vida era apenas material. Não pensava que havia um espírito imortal a mover os nossos corpos. Ridicularizei as pessoas que na Terra combatiam-me as idéias materialistas. Ironizei os padres e minha santa mãe. Julgava-me um livre pensador, um douto sábio, um filósofo. Cheguei mesmo a escrever sobre o assunto, dissertando sobre a estupidez da crença religiosa e da vida após a morte. Conheci os espíritas e os julguei vigaristas à cata do dinheiro dos ignorantes. Eu não confiava em ninguém.

Atualmente, percebo com clareza que eu era um ser angustiado, pois nada me consolava acerca das amarguras da vida e da frigidez da morte. Por isso, naquela época resolvera, num certo ponto da minha jornada, a desprezar a questão, até que viesse a morrer e pudesse constatar, por mim mesmo, a realidade.

Como não acreditava verdadeiramente em nada, o meu despertar no plano espiritual foi lento e doloroso. Suportei pesadelos hediondos, onde me via insistentemente sendo levado para o fundo da cova, sob as flores do féretro, inúmeras vezes. Senti, para meu terror supremo, os músculos e demais tecidos corpóreos serem corroídos pelos vermes. E o que dizer dos odores nauseabundos? Tudo isto ocorreu em função de eu considerar firmemente, que o meu ser era constituído somente por matéria densa.

Deus! Hoje, cada vez que digo o Vosso Nome sinto minhas forças aumentarem. Minha recuperação completa está a caminho, embora a fé na minha alma ainda seja algo vacilante. Os reflexos de antigos pensamentos nefastos persistem e teimam em prejudicar-me.

Senhor, fortalece a minha fé, pois não quero mais sofrer. Àqueles que porventura leiam esta mensagem, deixo um alerta: não sigam meu exemplo de dúvidas e de dor!”19/04/1995
(Espíritos diversos, Depoimentos do além, p.8) 

Quantos erros cometemos por orgulho ou vaidade; por pretentender encontrar respostas em nossas convicções menospresando a simplicidade dos ensinamentos cristãos! 

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

FÁBULA SIMPLES

Mensagem de alto valor espiritual incluindo palavras de estímulo, soerguimento, valorização da vida, otimismo e fé, buscando compartilhar o pensamento de autores espirituais consagrados. Aberto a comentários desde que agreguem valores positivos.



"Quando o diamante já talhado se abeirou da pedra preciosa, saída de cerro áspero, clamou,
irritadiço:
_ Que coisa informe! Rugosidades por todos os lados!... Que farei de semelhante aborto da
Natureza?
E roçou, com superioridade, sobre a pedra bruta.
A pobrezinha, mal saída do solo em que dormira por milênios, sentindo-se melindrada, tentou reclamar; entretanto, ao observar o clivador, cheio de esperança na utilidade que ela podia oferecer, calou-se.
Findo o dia, o operário recebeu o salário que lhe competia e contemplou-a, tomado de gratidão.
A pedra intimamente compensada, esperou.
No dia seguinte, veio o martelo cônico e, desapiedado, riu-se dela, exclamando:
_ Nariz de rochedo, quem teria o mau gosto de aperfeiçoar-te? Porque a infelicidade de entrar em comunhão contigo, seixo maldito?
O cristal sofredor ia revidar, mas vendo que o trabalhador, que mobilizaria a massa contra
ele, o mirava com enternecimento, preferiu silenciar, entregando-se paciente à nova
operação de lapidagem.
Sabendo, em seguida, que o operário obtinha, feliz, substanciosa paga, reconheceu-se
igualmente enriquecido.
Mais tarde, apareceu o pó de diamante, que gritou, irônico:
_Porque a humilhação de trabalhar essa pedra amarelada e baça? Quem teria descoberto esse calhau feio e desvalioso?
A pedra ia responder, protestando; contudo, reparou que o lapidário a fixava com respeito, denotando entender-lhe a nobreza interior, e, em homenagem àquele silencioso admirador de sua beleza, emudeceu e deixou-se torturar.
Quando o lapidador recolheu o pagamento que lhe cabia, deu-se ela por bem remunerada.
Logo após chegou a mó de polir, que falou, mordaz:
_Esta velha cristalização de carbono é indigna de qualquer tratamento... Que poderá
resultar dela? Porque perder tempo com este aleijão da mina?
A pedra propunha-se aclarar a situação; contudo, notando a jubilosa expectativa do
artífice,que lhe identificara a grandeza, aquietou-se, obediente, e suportou com calma todos os insultos que lhe foram desferidos sobre as faces, até que o próprio polidor a acariciou, venturosamente.
Sem perceber-lhe o valor, o diamante talhado, o martelo, o pó de diamante e a mó viram-na sair, colada ao coração do operário, em triunfo, permanecendo espantados e ignorantes, na sombra da suja caverna de lapidação em que a presença deles tinha razão de ser.
Passados alguns dias, a pedra convertida em soberbo brilhante foi engastada no cetro do governador do seu país natal, passando a viver, querida e abençoada, sob a veneração de todos.
Se encontras-te no mundo criaturas que se fizeram diamante descaridoso, martelo impiedoso, pó irônico ou mó sarcástica sobre o réu coração, suporta-as com paciência, por amor daqueles que caminham contigo, e espera, sem desânimo, porque, um dia, transformada a tua alma em celeste clarão, virás à furna terrestre agradecer-lhes as exigências e os infortúnios com que te alçaram à glória dos cimos!..."
(Irmão X, Contos desta  da outra vida, p. 06)
De que valem o orgulho e a vaidade diante da beleza da humildade?

domingo, 17 de novembro de 2013

A FAMA DE RICO



"O coronel Manoel Rabelo, influente fazendeiro no Brasil Central, fora acometido de
paralisia nas pernas.
Vivia no leito, rodeado pelos filhos atentos. Muito carinho. Assistência contínua.
No decurso da doença veio a conhecer a Doutrina Espírita, que lhe abriu novos
horizontes à vida mental.
Pouco a pouco desprendia-se da idéia de posse.
Para que morrer com fama de rico?
Queria agora a paz, a bênção da paz.
Viúvo, dono de expressiva fortuna e prevendo a desencarnação próxima, chamou os
quatro filhos adultos e repartiu entre eles os seus bens.
Terras, sítios, casas e animais, avaliados em seis milhões de cruzeiros, foram divididos
escrupulosamente.
Com isso, porém, veio a reviravolta.
Donos de riqueza própria, os filhos se fizeram distantes e indiferentes.
Muito embora as rogativas paternas, as visitas eram raras e as atenções inexistentes.
Rabelo, muito triste e quase completamente abandonado, perguntava a si mesmo se não
havia cometido precipitação ou imprudência.
Os filhos não eram espíritas e mostravam irresponsabilidade completa.
Nessa conjuntura, apareceu-lhe antigo e inesperado devedor. O Coronel Antônio Matias,
seu amigo da mocidade, veio desobrigar-se de empréstimo vultuoso, que havia tomado
sob palavra, e pagou-lhe dois milhões de cruzeiros em cédulas de contado.
Na presença de dois filhos, Rabelo colocou o dinheiro em cofre forte, ao pé da cama.
Sobreveio o imprevisto.
Os quatro filhos voltaram às antigas manifestações de ternura. Revezavam-se junto dele.
Papas de aveia. Caldos de galinha. Frutas e vitaminas.
Mantinham os cobertores quentes e fiscalizavam a passagem do vento pelas janelas.
Raramente Rabelo ficava algumas horas sozinho.
E, assim, viveu ainda dois anos, desencarnando em grande serenidade.
Exposto o cadáver à visitação pública, fecharam-se os filhos no quarto do morto e,
abrindo aflitamente o cofre, somente encontraram lá um bilhete escrito e assinado pela
vigorosa letra paterna, entre as páginas de surrado exemplar de
“O Evangelho segundo o Espiritismo”.
O papel assim dizia:
“Meus filhos,
Deus abençoe vocês todos.
O dinheiro que me restava distribuí entre vários amigos para obras espíritas de caridade.
Lego, porém, a vocês, o capítulo décimo quarto de “O Evangelho segundo o Espiritismo”.
E os quatro, extremamente desapontados, leram a legenda que se seguia:
“Honrai a vosso pai e a vossa mãe. — Piedade filial.” (Hilário Silva, Almas em desfile, p. 7-8)

O que pensar de filhos ingratos e sem amor?

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Manifestações dos Espíritos


A crítica malevolente procura representar as comunicações
espíritas como cercadas de práticas ridículas e supersticiosas da magia
e da necromancia. Diremos simplesmente que não há, para se comunicar
com os Espíritos, nem dias, nem horas, nem lugares mais propícios
uns do que os outros; que não é preciso para evocá-los, nem fórmulas,
nem palavras sacramentais ou cabalísticas; e não há necessidade de
nenhuma preparação, de nenhuma iniciação; que o emprego de qualquer
sinal ou objeto material, seja para atraí-los, seja para afastá-los,
não tem efeito e o pensamento basta; enfim, que os médiuns recebem
suas comunicações tão simplesmente e tão naturalmente como se fossem
ditadas por uma pessoa viva, sem sair do estado normal. Só o charlatanismo
poderia tomar maneiras excêntricas e adicionar acessórios ridículos.

A evocação dos Espíritos se faz em nome de Deus, com respeito
e recolhimento; é a única coisa recomendada às pessoas sérias que querem
ter relações com Espíritos sérios. 

As comunicações inteligentes, que se recebem dos Espíritos, podem ser boas ou más, justas ou falsas, profundas ou levianas, segundo a natureza dos Espíritos que se manifestam. Os que provam a sabedoria e o saber são Espíritos avançados que progrediram; os que provam a ignorância e as más qualidades, são Espíritos ainda atrasados, mas que progredirão com o tempo.

Os Espíritos não podem responder senão sobre o que sabem, segundo
seu , e, ademais, sobre o que lhes é permitido dizerem, porque há coisas que não devem revelar, uma vez que ainda não é dado ao homem tudo conhecer. 
(Allan Kardec,Resumo da lei dos fenômenos espíritas, itens 24 e 25)

Nem sempre uma manifestação espírita parte de um espírito superior. 
É necessário que se conheça o fundo moral da comunicação
para se dizer sobre a sua  procedência.

domingo, 27 de outubro de 2013

Manifestações dos Espíritos


10. Os Espíritos podem se manifestar de maneiras bem diferentes:
pela visão, pela audição pelo toque, pelos ruídos, pelos movimentos
dos corpos, pela escrita, pelo desenho, pela música, etc. Eles se manifestam
por intermédio de pessoas dotadas de uma aptidão especial para
cada gênero de manifestação, e que se distinguem sob o nome de médiuns.
É assim que se distinguem os médiuns videntes, falantes, audientes,
sensitivos, de efeitos físicos, desenhistas, tiptólogos, escreventes,
etc. Entre os médiuns escreventes, há numerosas variedades, segundo a
natureza das comunicações que estão aptos a receber.

11. O fluido que compõe o perispírito penetra todos os corpos e
os atravessa como a luz atravessa os corpos transparentes; nenhuma
matéria lhe opõe obstáculo. É por isso que os Espíritos penetram por
toda a parte, nos lugares o mais hermeticamente fechados; é uma idéia
ridícula crer-se que eles se introduzem por uma pequena abertura, como
o buraco de uma fechadura ou o tubo de uma chaminé.

12. O perispírito, embora invisível para nós no estado normal,
não deixa de ser matéria etérea. O Espírito pode, em certos casos, fazêlo
sofrer uma espécie de modificação molecular que o torna visível e
mesmo tangível; assim é que se produzem as aparições. Esse fenômeno
não é mais extraordinário do que o do vapor que é invisível quando está
mais rarefeito, e que se torna visível quando está condensado.
Os Espíritos que se tornam visíveis se apresentam, quase sempre,
sob a aparência que tinham quando vivos e que podem fazê-los
reconhecer.

13. É com a ajuda do seu perispírito, que o Espírito atua sobre
seu corpo vivo; é ainda com esse mesmo fluido que ele se manifesta
atuando sobre a matéria inerte, que produz os ruídos, os movimentos de
mesas e outros objetos, que ergue, tomba ou transporta. Esse fenômeno
nada tem de surpreendente se se considera que, entre nós, os mais po
derosos motores se acham nos fluidos os mais rarefeitos e mesmo imponderáveis, como o ar, o vapor e a eletricidade.
É igualmente com a ajuda do seu perispírito que o Espírito faz
os médiuns escreverem, falarem, ou desenharem; não tendo mais corpo
tangível para atuar ostensivamente quando quer se manifestar, ele se
serve do corpo do médium, de quem empresta os órgãos que faz atuarem
como se fosse seu próprio corpo, e isso pela emanação fluídica que
derrama sobre ele.
O Espírito nada mais é que o estado pós morte do ser humano em condição fluídica, por isso torna-se invisível para muitos.
Estão em todos os lugares, e são capazes de perceber até nossos sentimentos.